segunda-feira, 25 de abril de 2011

Issei Sagawa: 1949 - 0000


Issei Sagawa assassinou e canibalizado uma mulher holandêsa chamada Renée Harteveltem 1981. Após a sua libertação, tornou-se uma pequena celebridade no Japão e fez a vida através do interesse público sobre o seu crime. Sagawa tinha 33 anos quando cometeu o crime.

Estava fazendo uma pós-graduação em literatura na Academia de Sorbonne, em Paris, quando conheceu a aluna holandesa Renée Hartevelt, de 25 anos.
Em 11 de Junho de 1981, Sagawa, um estudante de 32 anos da literatura francesa, convidou Hartevelt para jantar sob o pretexto de conversa literária. Após a sua chegada, ele atirou no pescoço dela com um rifle enquanto ela se sentou de costas para ele em uma mesa, em seguida, começou a executar seu plano de canibalizar a garota. Ela foi escolhida por causa de sua saúde e beleza, essas características Sagawa acreditava que faltavam nele. Sagawa se descreve como um "fraco, feio e pequeno homem" (ele tem um pouco menos de 5 pés - 1,52 m - de altura) e afirma que ele queria "absorver a sua energia".

Sagawa, disse que desmaiou após o choque do tiro que deu nela, mas acordou com a percepção de que ele tivesse de realizar seu desejo de comê-la. Fê-lo, começando com os quadris e as pernas, depois de ter relações sexuais com o cadáver. Em entrevistas, ele notou sua surpresa com o "corn-colored" a natureza da gordura humana. Durante dois dias, Sagawa comeu várias partes de seu corpo. Ele descreveu a carne como "macia" e "sem cheiro", como o atum. Ele então tentou despejar o corpo mutilado em um lago remoto, mas foi visto no ato e mais tarde preso pela polícia francesa.


Seu pai, um rico empresário, contratou um advogado superior para sua defesa, e depois de ter sido detido por dois anos sem julgamento, o juiz francês Jean-Louis Bruguières o considerou legalmente insano e incapaz de ser julgado e mandou Sagawa a ser internado indefinidamente em uma instituição para doentes mentais. Na sequência de uma visita pelo autor Inuhiko Yomota, Sagawa contou sobre o assassinato, foi publicado no Japão com o título, "
No Nevoeiro".

A publicidade posterior e a celebridade macabra de Sagawa provavelmente contribuíram para a decisão das autoridades francesas para extraditá-lo para o Japão. Após a chegada no Japão, ele foi imediatamente levado para o Matsuzawa Hospital, onde todos os psicólogos que o examinaram chegaram a opinião de que ele tinha a mente sã, mas que era "mal" por natureza. No entanto, as autoridades japonesas acharam que fosse juridicamente impossível segurá-lo, supostamente porque faltaram alguns importantes documentos do tribunal francês. Como resultado, Sagawa se retirou da instituição mental em 12 de Agosto de 1986, e é um homem livre desde então.

Pós-liberdade

Sagawa agora vive em Tóquio, e é uma pequena celebridade no Japão. Ele é frequentemente convidado como orador convidado e "gourmet". Ele também escreveu algumas colunas sobre restaurantes japoneses para uma revista de estética. Em 1992, ele apareceu no filme de Hisayasu Sato, "Uwakizuma: Chijokuzeme" (Unfaithful Wife) como um voyeur sadossexual. Além de escrever livros sobre o assassinato que cometeu, Sagawa escreveu um livro chamado "Shonen A" em 1997 sobre os assassinatos em série de crianças de Kobe em 1997, quando um menino de 14 anos referido na mídia como Shonem A (Menino A) matou e decapitou uma criança e atacou várias outras.

A história de Issei Sagawa inspirou diversos artistas no meio musical e cinematográfico. A canção de Stranglers "
La Folie" em 1981 , De Rolling Stones "Too Much Blood" em 1983, e de Human Factors Lab, "Dinner with Renee" em 2004, ambas foram inspiradas no canibal japonês. Em 2007, a Gnaw lançou um EP intitulado "Issei Sagawa", no qual retrata Sagawa com um garfo e faca sobre o que parece ser um par de pernas humanas. O curta-metragem dirigido por Olivier Smolders chamado "Adoration" também foi baseado na história de Sagawa.

No mesmo ano, o canal de TV Viasat Explorer lançou um documentário de 47 minutos chamado "
Cannibal Superstar". Em 2009, Sagawa foi documentado em um History Channel, intitulado "Estranhos Rituais" discutindo o canibalismo. A mostra revela Sagawa como um artista independente de pinturas de nus.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

FRASES MARCANTES

“Mesmo quando ela estava morta, ela ainda estava sendo mordaz comigo. Eu não pude fazê-la calar a boca.”

Ed Kemper (sobre sua mãe)

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“Eu estava morto com relação às mulheres. Eu não sentia que elas precisassem existir. Eu as odiava, e queria destruir cada uma que eu pudesse encontrar. E estava fazendo um bom trabalho...”

Henry Lee Lucas

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“Minha paixão era tão grande que eu queria possuí-la. Eu queria comê-la. Se eu o fizesse, ela seria minha para todo o sempre.”

Issei Sagawa

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“Eu fiz a minha fantasia de vida mais poderosa do que a minha vida real.”

Jeffrey Dahmer

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“Eu somente estava me suicidando, mas sempre quem morria era o espectador.”

Dennis Nilsen

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terça-feira, 22 de março de 2011

Ed Kemper: 1948 - 0000


Na década de 60, a cidade de Santa Cruz, na Califórnia, Estados Unidos, apesar de turística era relativamente pacata. Mas o começo dos anos 70 veio para mudar as coisas por lá.

John Linley Frazier, um hippie, assassinou um médico, a família deste e a sua secretária – cinco pessoas no total, no final de 1970. A motivação? Simbólica: protestar contra a onda de devastação ambiental promovida por empreendedores capitalistas. Os hippies já não eram bem vistos nos EUA, depois do caso Charles Manson, no ano anterior (embora este negasse ser hippie): Manson mandara matar a atriz Sharon Tate e outras pessoas de forma bárbara. Frazier foi diagnosticado como portador de esquizofrenia paranóide.

Nos anos seguintes, uma série de outros assassinatos de autoria desconhecida chacoalharam a cidade. A polícia chegou, enfim, ao serial killer Herbert Mullin, um psicótico que havia parado seus medicamentos e escutava uma voz que o mandava matar. Acreditava que um terremoto enorme destruiria a região, a não ser que 30 pessoas concordassem em se sacrificar. Se não concordavam, ele mesmo as sacrificava. Também foi diagnosticado como esquizofrênico paranóide, e a polícia tranqüilizou a população. A paz iria voltar a reinar. Mas não foi isto o que aconteceu: coisas terríveis continuaram a ocorrer…

Ed Kemper nasceu no final do ano de 1948. Era o segundo filho de três – tinha uma irmã mais velha e uma mais nova. Quando seus pais se separaram, tinha 9 anos. Ele era apegado ao pai e parece ter sofrido muito com o rompimento. Sua mãe, depois disso, o maltratava muito, segundo ele. Deixava-o sempre trancado no porão.

Ainda criança, Ed Kemper já pensava em matar seus parentes, imaginava-se mutilando-os. Na prática, fazia isto com gatos.

Foi morar um período com o pai. Mas o pai tinha se casado novamente, teve outro filho e não lhe recebeu muito bem. Pouco depois, o devolveu à mãe, mas esta queria casar-se novamente e Kemper atrapalharia. Resolveram mandá-lo para o rancho dos seus avós paternos. Mas estes também não lhe trataram tão bem quanto ele gostaria.

Agosto de 64. Ed Kemper atirava em pássaros. Sua avó paterna pediu para ele parar. Ele a atendeu: virou-se para ela e a acertou na cabeça. Deu ainda mais dois tiros. Iria arrastar o corpo, ação facilitada por ser bem alto e forte, quando escutou o barulho do carro do avô (chamado Edmund também), que chegava. Não restou-lhe outra opção: acertou-o também. O rifle havia sido dado a ele de presente justamente por este avô, no Natal anterior.

Kemper levou os corpos para a garagem. Sem saber o que fazer, ligou para a mãe e falou o que havia acontecido. Ela o aconselhou a chamar a polícia. Ela já havia dito ao pai de Kemper que não se surpreendesse se um dia ele fizesse isso.

Ed Kemper chamou mesmo a polícia. Segundo os policiais, ele estava os esperando calmamente. Depois, teria afirmado que atirou na avó para ver como se sentiria. No avô, para evitar que ele visse o que tinha acontecido.

Kemper foi submetido à avaliação psiquiátrica. Duas observações importantes advieram daí: um diagnóstico de esquizofrenia paranóide e a conclusão de que tinha um QI quase de gênio. Ficou internado no “Atascadero State Hospital for the Criminally Insane” (o mesmo pelo qual passou – em 62 como colaborador, e em 74-75 internado-preso – Arthur Leigh Allen, suspeito número um de ser o “Assassino do Zodíaco”).

O psiquiatra que o acompanhou mais de perto foi Donald Lunge. Conta-se que lá Kemper memorizou as respostas corretas de inúmeros testes psicológicos, conseguindo, assim, sua libertação, aos 21 anos.

Saiu com recomendações de não voltar ao convívio da mãe, a sra. Clarnell, pois isto poderia gerar novos episódios de violência. Mas ele voltou para a casa dela. E, segundo ele, ela continuou a humilhá-lo. Segundo os vizinhos, sempre discutiam.

Com outras pessoas, Kemper era polido. Quis entrar para a Academia de Polícia, mas era grande demais para isto. Contudo, ficou amigo dos policiais, que o chamavam de “Big Ed”. Teve uma série de pequenos empregos e saiu de casa, indo para uma cidade próxima. Voltava às vezes à casa da mãe, quando o dinheiro acabava. Logo comprou um carro. E então começou a passear e observar as garotas e a imaginar coisas… Coisas diferentes das que os garotos geralmente imaginam.

Para fazer o que tinha em mente, se preparou. Comprou facas, algemas. Observou umas 150 garotas, ele conta, até que um dia teve a urgência de fazer. Ele chamava estes impulsos de “little zapples”.

Em maio de 72, duas garotas desapareceram. Em agosto, o crânio de uma foi encontrado, numa montanha. Em setembro, desapareceu a estudante de dança Aiko Koo.

No início de 73, desapareceu outra garota. Seu corpo foi achado por partes. Braços e pernas em um local. O tórax, tempos depois, em outro – a identificação foi feita através de uma radiografia feita neste tronco encontrado. Encontrou-se também a parte inferior do torso. Um surfista achou uma mão.

No começo de fevereiro, mais duas garotas sumiram. No dia 13, Herbert Mullin, úm dos psicóticos citado anteriormente, foi preso, após atirar em um homem que cuidava de um jardim. Em janeiro, duas famílias inteiras haviam sido mortas, assim como quatro pessoas que acampavam juntas. Talvez agora o pânico decrescesse, com a prisão de Mullin.

Em março foram encontrados os ossos das garotas que sumiram em fevereiro. Foram mortas com tiros na cabeça.

Em abril, a polícia recebeu um telefonema. Era Big Ed, que estava então com 24 anos. O que ele disse pareceu-lhes, a princípio, uma brincadeira. Ele disse ter matado a própria mãe. E listou os outros assassinatos que já havia cometido. Não deram bola a ele, e Ed teve que ligar mais duas vezes até que alguém começasse a acreditar na história.

Ele não havia matado a mãe aquele dia, mas quatro dias antes. Após o assassinato, Ed Kemper bebeu com os tiras e depois chamou uma amiga de sua mãe para jantar e assistirem a um filme. Matou-a também, e arrancou sua cabeça, assim como havia feito com a mãe. Da amiga, também cortou fora a língua. Os corpos foram deixados no closet do apartamento da sua mãe.

Kemper conta que, depois disto, alugou um carro e ficou dirigindo, sentindo-se “meio louco”. Tinha, consigo, três armas e muita munição, e isto o assustava.

Ele estava agora em outro Estado, e os detetives viajaram para ir buscá-lo. Eles agora entendiam a dificuldade que tiveram para achar o assassino daquelas garotas: ele estava “infiltrado”, com sua amizade, na corporação, e sabia dos planos deles para capturarem o criminoso.

Quando chegaram onde Ed Kemper estava, ele estava calmo, aguardando-os. Então ele começou a falar sem parar, sobre as seis garotas que tinha matado, além da mãe e da amiga desta.

Justificativas

Ed Kemper cedeu várias entrevistas, daí em diante, seja para detetives, médicos ou psicólogos. Sempre falou dos mau-tratos que recebia, mas nem sempre a história era contada exatamente da mesma maneira.

Sobre os primeiros assassinatos das meninas, disse que queria era estuprá-las, mas ponderou que, matando, não haveriam testemunhas vivas.

Escolhia garotas que iam caminhando para a faculdade. Oferecia carona. Tinha um adesivo da faculdade no carro – sua mãe trabalhava lá – e isto facilitava as coisas. Contou sobre as duas primeiras que coletou assim, uma voluntariamente e outra à força. Cortou a garganta de uma e logo depois matou a outra também. Colocou os corpos no porta-malas. Foi parado, na estrada, por causa de um farol quebrado, mas de nada desconfiaram. Dirigiu-se para sua casa. Levou os corpos para o seu quarto. Fotografou-os. Foi cortando e fotografando. Às vezes parava e regozijava. Fez sexo com partes destes corpos. Depois, colocou as partes em seu carro novamente. Desovou tudo, tomando nota do lugar para depois voltar lá. Ainda fez sexo com a cabeça de uma, antes de abandoná-la.


Kemper justificou estes crimes assim: “Minha frustração. Minha inabilidade para comunicar-me socialmente, sexualmente. Eu não era impotente. Eu morria de medo de entrar em relações homem-mulher.

A terceira garota, Aiko, primeiramente foi levada a perder a consciência, depois estuprada e, enfim, assassinada. Novamente, levou a vítima para casa e desmembrou.

No dia seguinte, Ed Kemper tinha que ir a um conselho psiquiátrico, como parte da sua condicional após a saída do hospital. Os dois psiquiatras consideraram-no ótimo. “Normal”, dissera um deles, e estavam felizes com o fato de o sistema o qual faziam parte conseguir recuperar um caso como o dele. Enquanto isto, no porta-malas do carro estava a cabeça de Aiko. Com o laudo psiquiátrico, Kemper ganhou oficialmente sua liberdade de volta.

E continuou a matar, repetindo o método. Mas agora já estava morando novamente com a mãe, e levava os corpos para a casa dela.

Chegara a vez de sua mãe. Em uma entrevista, falou com relativa frieza de todos os assassinatos, mas, quando foi falar deste, finalmente chorou. O serial killer justificou este crime de várias maneiras. Uma foi que não queria que ela soubesse que ele era o assassino das garotas.

Conta que a chamou para passear, ela disse que não queria. Esperou ela dormir, e entrou em seu quarto com um machado. “Foi tão difícil!” Cortou sua cabeça e a colocou sobre a lareira. Conversou com a cabeça.

O julgamento de Ed Kemper

Seu advogado foi o mesmo que defendeu Frazier e que estava agora no caso Mullin. Quis alegar insanidade para Ed Kemper. Enquanto aguardava julgamento, Kemper tentou cortar os pulsos duas vezes.

O julgamento começou em 73. Três psiquiatras o avaliaram e consideraram-no “normal” – isto é, sabia o que fazia. O diagnóstico dado na adolescência também foi revisto.

Durante estas entrevistas, o serial killer Ed Kemper falou também sobre canibalismo – cozinhar e comer partes das vítimas. Depois negou isto e disse que falou para tentar a via da insanidade.

Durou quase três semanas o julgamento. Culpado, por oito mortes. O juiz perguntou-lhe que pena achava que merecia: “Ser torturado até a morte!”, ele respondeu. Por acaso, o julgamento foi em um período de suspensão da pena de morte naquele Estado – todas viravam, automaticamente, prisão perpétua.

Uma vez preso, chegou a solicitar que lhe fizessem psicocirurgia. O que foi negado, por temerem que, depois disso, pedisse uma revisão da pena alegando estar curado.

Preso exemplar

Kemper comporta-se bem na prisão, ajuda cegos a “ler”. Mas, em uma audiênca de condicional, admitiu não estar pronto para voltar à sociedade.


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Ed Gein: 1906 - 1984


A cena de cinema é clássica. Uma mulher ao chuveiro e uma música de suspense, cada vez mais alta. Enquanto ela toma tranqüilamente o seu banho, o assassino aproxima-se com uma faca e abre a cortina do box. “Psicose”, de Alfred Hitchcock, sempre será lembrado pelos amantes da sétima arte. O que poucos sabem é que, por trás desta cena e deste filme, existiu mesmo um homem muito estranho, que inspirou a história.

É possível que Ed Gein tenha matado “apenas” duas mulheres. Pela Classificação de Homicídios do FBI, tecnicamente nem poderia ser chamado de “serial killer“. Mas é um dos assassinos mais famosos de todos os tempos, tendo sido a inspiração de filmes como o de Hitchcock e “O Massacre da Serra Elétrica”.

Ed Gein era o segundo e último filho de Augusta. Seu irmão, Henry, era sete anos mais velho. Augusta era muito religiosa, e ensinava diariamente aos filhos sobre os pecados do mundo, especialmente os que envolviam a maior das tentações: as mulheres. Sexo antes do casamento, por exemplo, nem pensar.

A mãe de Ed Gein

O pai de Ed Gein bebia muito e também era subjugado pela esposa. Em certa época, apenas a mãe trabalhava. Ela conseguiu juntar algum dinheiro e mudou-se com a família para Plainfield, uma pequena cidade no interior do Estado de Wisconsin, longe dos perigos da cidade grande. Estabeleceram-se em uma propriedade na zona rural, perto da cidade.

Os colegas da escola de Gein zombavam dele, por ser tímido, e chamavam-no de “afeminado”. Não tinha amigos e, quando parecia iniciar uma amizade, sua mãe cortava. Assim, naquela casa, aqueles três homens viviam sob o império daquela mulher.

Em 1940, morre o pai de Ed Gein. Os filhos de Augusta arrumam pequenos trabalhos na redondeza, para auxiliar o sustento. Eddie chega a trabalhar como babá, serviço que gostava – para ele, talvez fosse mais fácil ter contatos com crianças que com adultos.

Gein matou o irmão?

Eddie e o irmão, Henry, tinham algumas discussões. Henry percebia a tirania da mãe, o que chocava Eddie, que a via como um modelo de pureza. Henry morreu em 1944, em um incêndio perto da fazenda. Hoje, há suspeitas de que Eddie possa ter sido o autor, até porque o corpo dele foi encontrado em uma área não incendiada. Na época, não se pensou nisto e o caso foi tratado como uma morte acidental. Hoje, acredita-se que possa ter ocorrido um surto de agressividade de Ed por causa de algo que Henry tenha dito sobre a mãe, ou mesmo que possa ter sido um assassinato deliberado, para ficar sozinho com Augusta Gein – se esta hipótese for real, Ed Gein seria um caso raro entre os serial killers, pois eles geralmente não matam conhecidos, muito menos parentes.

Após a morte de Henry, restavam agora Eddie e sua querida mãe. Porém, ela logo sofreu um derrame e ficou incapacitada. Conta-se que às vezes Eddie deitava-se na cama com ela. No final do ao seguinte, 1945, ela morre. Sobrou apenas Eddie, 39 anos, sem parentes por perto, sem mulher, sem filhos, sem amizades íntimas.

Eddie Gein manteve intocados os cômodos de sua mãe, e continuou a exercer trabalhos simples para sobreviver. Entre outros hábitos, lia livros de anatomia, obituários de jornal, revistas de horror, livros de guerra e coisas assim – e gostava de contar algumas histórias assustadoras para as crianças que cuidava.

No fim dos anos 40 e início da década seguinte, alguns casos de desaparecimento aconteceram no Estado. Hoje se suspeita que possam ter sido obra de Gein, embora as vítimas não combinem com suas duas vítimas conhecidas – sumiram duas garotas muito jovens, dois homens (apenas estes dois na cidade de Pleinfield, as outras foram nas proximidades). Aparentemente, os homens haviam contratado Ed Gein como guia de caça. No sumiço de uma moça, Ed estaria nas proximidades, visitando parentes, na época. No desaparecimento de outra, viu-se um Ford branco nas redondezas – semelhante ao encontrado posteriormente na fazenda de Gein.

Matando senhoras

Em dezembro de 1954, a dona de um bar em Pleinfield, Mary Hogan, também sumiu. A polícia encontrou um cartucho no chão do bar. Seu corpo não foi achado e o caso não foi resolvido na época, por falta de evidências de autoria. Eddie tinha 48 anos. Esta seria a primeira morte que confirmadamente pôde ser atribuída a Ed Gein, anos depois. Mary, na visão de Ed, era uma mulher “impura”.

Novembro de 1957. A loja de Bernice Worden, 50 anos, foi encontrada assaltada e ela havia desaparecido. O último cliente foi Ed Gein – havia um registro disso no livro de vendas “fiado” da loja. Além disto, ele havia tentado marcar um encontro com ela, dias antes.

Objetos feitos com corpos

A polícia chegou à casa de Eddie. Estava uma bagunça, com lixo espalhado pelo chão. O cheiro era de coisas apodrecidas. Era noite e o oficial usava uma lanterna. No celeiro, andando com dificuldades por causa das coisas que tropeçava, ele sentiu seu corpo bater em algo. Iluminando o “objeto” que esbarrou, ele viu que era uma carcaça, aberta e dependurada. Por instantes, chegou a pensar ser a de um animal. Era época de caça. Mas logo viu que era a de um ser humano! Era o corpo de Bernice. Faltava-lhe a cabeça. Órgãos já haviam sido retirados. Supostamente, alguns, como o coração, já estariam em uma panela.

Isto não foi a única coisa encontrada na casa. Um abajur feito de pele humana. A vasilha de sopa era o topo de um crânio. Havia mais: um cinto feito de seios; uma genitália preservada, em uma caixa; narizes, uma cabeça, um coração. Por fim, toda uma roupa costurada com pele humana. E muito mais “acessórios”, muito mais…

As pessoas que o conheciam assustaram-se muito. Para elas, Ed Gein era “uma boa pessoa”, apesar de possuir um estranho senso de humor.

Necrófilo

A princípio, Ed ainda tentou negar o crime, mas no dia seguinte começou a falar, embora afirmasse não se lembrar de muitos detalhes, dizendo que estava confuso quando tudo aconteceu – dizia mesmo não se lembrar de ter dado um tiro nela. Falou também dos vários furtos de corpos no cemitério. Demorou mais alguns dias para confessar o assassinato de Mary Hogan – segundo suas lembranças, matou-a acidentalmente. Segundo os interrogadores, não havia remorso, não havia percepção da barbaridade dos seus atos.

Na casa de Eddie, encontrou-se partes de cerca de uma dezena de mulheres, fora as duas que certamente matou. Inclusive da própria mãe dele. Dizem que foi encontrada a vulva dela, pintada de prata.

A investigação descobriu que Ed Gein violou três cemitérios da redondeza, e que pode ter chegado a ter aberto até 40 covas. No começo do seu “hobby”, Eddie tinha a ajuda de um amigo, Gus, coveiro, que era meio “lesado” e achava que Ed fazia experimentos científicos. Gus, tempos depois, foi internado em um asilo e morreu. Eddie passou a trabalhar sozinho.

Eddie, aparentemente, sonhava em ser mulher, brincando com os órgãos cortados de suas vítimas, dançando com a roupa de pele humana que fez. Em uma ocasião, mostrou uma cabeça, em sua cama, a um garoto que foi à sua casa. Disse ser uma relíquia vinda de longe. O garoto contou a outras pessoas, que não deram bola à história.

Ele negou necrofilia, isto é, que transasse com os cadáveres: “Elas cheiravam muito mal.”.

Durante o processo, foi alegada insanidade e Ed Gein passou por uma bateria de avaliações. Concluiu-se que seus problemas com o sexo oposto, amor e ódio, vinham de sua relação intensa com a mãe. Foi considerado incapaz para o julgamento, e foi para instituição mental. A população de Plainfield estava revoltada, especialmente porque a cidade virou um pólo “turístico”, e estava repleta também de jornalistas. No ano seguinte, a casa de Eddie foi incendiada. Eddie, ao saber disso, disse apenas: “Tudo bem!”.

Após dez anos em tratamento, foi considerado apto a ir ao tribunal.

O estranho Ed Gein…

Em 1968, foi julgado culpado. Porém, como estava doente quando cometeu os atos, sua condenação foi passar o resto de sua vida em um hospital psiquiátrico para criminosos.

Segundo descrições, passava a maior parte do tempo sozinho, mas parecia feliz. Lia e realizava as terapias ocupacionais com desenvoltura. Às vezes, olhava fixamente para enfermeiras e outras mulheres, deixando-nas desconcertadas. Foi um dos poucos pacientes que passaram pelo hospital que nunca necessitou de uso emergencial de medicamentos calmantes.

O serial killer Ed Gein morreu em 1984, de câncer, aos 77 anos. Foi enterrado em Plainfield, perto de sua mãe.


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David Berkowitz: 1953 - 0000


Antes do nascimento de David, sua mãe, judia e pobre, quis casar-se com um italiano, mas sua família foi contra. Mesmo assim, o casal ficou junto, montaram uma peixaria, e tiveram uma filha. Algum tempo depois, o italiano separou-se dela.

Ela inicia outro relacionamento e engravida. O namorado a larga antes do nascimento do seu bebê, David, em 1953.

David foi adotado por família judia de classe média, sem filhos, que cuidou bem dele (e mudou seu sobrenome de Falco para Berkowitz). Enquanto isso, sua mãe biológica retoma o relacionamento com este namorado (ficando juntos até que ele morresse de câncer, em 1965).

David Berkowitz era uma criança solitária. Seus pais adotivos também não eram muito sociais. Ele era “grandalhão”, e se sentia um pouco discriminado. Mas era hiperativo e às vezes violento com outras crianças.

A mãe adotiva teve câncer de mama, e acabou morrendo em 1967. Berkowitz, que entrava na adolescência, ficou devastado. Ficou mais introvertido, e imaginou que a morte dela fosse parte de um plano para destruí-lo. Em 71, o pai casou de novo, mas David não se dava bem com a madrasta, e então o casal foi morar sozinho.

David Berkowitz entrou no Exército. Ficou três anos. Era muito bom com rifles.

Posteriormente, encontrou a mãe biológica e ela e sua filha (irmã de David) o trataram bem, como parte da família. O esquema funcionou bem por um tempo, mas depois ele começou a fazer menos contato. Relata-se que a única experiência sexual que David teve foi com uma prostituta na Coréia – e ainda pegou uma doença.

Incendiário e homicida

David Berkowitz tinha um especial prazer em provocar incêndios – foram mais de 1000. Registrou todos, em cadernos. Aos 23 anos, começou seus ataques homicidas. Foram 8, até ser capturado.

1° ataque de David Berkowitz– 29 de julho de 1976 - Nova Iorque. Uma da manhã. Duas amigas, Donna e Jody, 18 e 19 anos respectivamente, conversam no carro de Jody, na entrada do prédio de Donna. Os pais de Donna pedem para ela entrar. Ela começa a despedir-se de Jody. Logo em seguida, um homem aparece. Ela se assusta; ele saca um revólver de dentro de um saco de papel, e dispara 5 tiros. Donna morre imediatamente, com uma bala que acertou seu pescoço. Jody também foi ferida, mas saiu do carro, gritando por socorro.

A polícia conclui que não havia motivos para aquele crime. Teria sido uma execução por engano?

2° ataque – 23 de outubro - Em um carro estão Carl Denaro, 20 anos, e sua amiga Rosemary Keenan. Eles voltavam de uma festa de despedida dele, que iria passar alguns anos na Força Aérea. Eram 2h30 da madrugada. Um homem aparece, no lado do passageiro, novamente. Cinco tiros, mais uma vez. A cabeça de Carl é acertada. No desespero, Rosemary assume o carro e dirige de volta à festa. De lá, Carl é levado ao hospital. Sobrevive.

3° ataque – 26 de novembro - Outra Donna (DeMasi), 16 anos, e sua amiga Joanne, 18 anos, voltavam do cinema, de ônibus. Quando descem, percebem um homem parado e aceleram o passo. Ele vai atrás e começa a perguntar: “Vocês sabem onde…” – mas não termina a frase. Tira um revólver da jaqueta e começa a atirar. Acerta as duas e ainda dispara rumo a uma casa. Elas estavam perto da casa de Joanne, e seus pais saíram, com os gritos delas. Donna ficou bem, Joanne ficou paraplégica.

4° ataque de David Berkowitz – 30 de janeiro de 1977 - Christine, 26, e o noivo John, no início da madrugada, saíam de um estabelecimento chamado “Galeria do Vinho”. Dois tiros são disparados, os dois acertam a garota. Um, na cabeça. Ela morre poucas horas depois.

A polícia começa a ligar os crimes, e só então percebe que estava diante de um psicopata. Inicia-se uma força tarefa, sob comando do Capitão Borrelli. Concluiu-se que o assassino preferia matar mulheres.

5° ataque – 8 de março - Uma estudante, Virginia, volta para casa, a pé. Um homem se aproxima dela, saca um revólver. Ela tenta se defender com os livros. Um tiro acerta seu rosto e ela morre imediatamente.

Um homem presencia a cena. O assassino, correndo para fugir, passa por ele e fala: “Oi, senhor!”.

Uma patrulha passa por David Berkowitz, mais adiante, e vai abordá-lo, por estar em alguma atitude suspeita. Mas então ouvem no rádio sobre o assassinato, e desistem dele, dirigindo-se para a cena do crime.

No dia seguinte, o comissário de polícia convoca a imprensa e anuncia o perigo. Um novo chefe para Borrelli é juntado à comissão de investigação. Como estava atirando com uma arma calibre 44, o homicida foi chamado inicialmente de “Assassino do Calibre 44″ (“.44 Caliber Killer”). Não havia mais dúvidas: tratava-se de um serial killer.

6° ataque – 17 de abril - Um casal de namorados, em um estacionamento. Valentina, 18 anos, e Alexander, 20. Um carro para ao lado. Dois tiros para cada vítima. Valentina morre na hora e Alexander, no hospital.

Desta vez, o assassino deixou uma carta na cena do crime, para Borrelli – que só foi divulgada na íntegra, para a imprensa, em junho.

A missiva dizia:

Caro Capitão Joseph Borrelli. Estou profundamente ferido por você falar que sou alguém que odeia as mulheres. Eu não sou isto. Mas eu sou um monstro. Eu sou o ‘Filho de Sam’. (…) “Saia e mate”, comanda o Pai Sam. (…)

“Sam”, dizia ainda David Berkowitz, era o cachorro de seu vizinho. A carta não continha digitais. Ele resolveu escrever também para um repórter.

Desta vez, não apenas a imprensa foi convocada, mas também vários psiquiatras, para ajudarem a polícia a fazer um perfil do assassino, que passou a ser chamado de O Filho de Sam e suspeitou-se que ele seria um esquizofrênico paranóico. Infelizmente a lista de suspeitos, criada com as chamadas da população, era interminável.

Em 10 de junho, um homem chamado Jack Cassara recebe uma carta assinada como “Sam”, mas seu conhecido Sam não a mandou. Eles conversam, e descobrem que os cães de ambos haviam sido vítimas de atentados. Eles entram em contato com a polícia. A filha de Sam, aliás, trabalhava no órgão.

A filha de Cassara lembra-se de Berkowitz, que era um locatário da família e não voltou para pegar 200 dólares de caução. E não gostava do cachorro. Fazem novo contato com o centro de investigação. Mas a polícia tinha que lidar com informações demais, nada que efetivamente apontasse para o criminoso.

7° ataque – 26 de junho - As pessoas quase já não saíam de casa à noite, com medo do serial killer. Mas Judy e Sal, casal de amigos, resolveram ir a uma boate. Quase vazia. Na saída, Judy fala a Sal de como o “Filho de Sam” é assustador. Escutam estampidos. Judy olha no espelho e vê sangue. Seu braço direito não se move. Foram 3 tiros em sua direção. Ele também foi atingido. Os dois sobrevivem.

Um detetive estava na boate quinze minutos antes.

Uma carta de Sam menciona o dia 29 de julho, aniversário de um ano do primeiro ataque, e este dia talvez foi o mais tenso daquele ano, em Nova Iorque (o clima de tensão da época é muito bem retratado no filme “O verão de Sam”). Mas ele só atacaria dois dias depois.

8° ataque do serial killer – 31 de julho - Stacy estava com seu namorado, Bobby. Após o cinema, ele sugeriu andarem no parque. Ela pergunta: “E se o Filho de Sam estiver escondido lá?”. Ele ri e insiste. Ela vai com ele. “Alguém está olhando para nós.”, ela comenta. Quis ir embora, ele insistiu para ficarem.

Logo ele leva dois tiros no rosto. Ela, um. Ela morreu no hospital; ele sobreviveu, com cegueira à esquerda e perda quase total da visão direita.

Balanço das vítimas de David Berkowitz

(m = mulheres; h = homens)

Ataque –>

1o

2o

3o

4o

5o

6o

7o

8o

Total

mortos

1m

1m

1m

1m1h

1m

5m1h

feridos

1m

1m1h

2m

1m1h

1h

5m3h


Com base na história das cartas para Sam e Cassara e os atentados aos cachorros, dois policiais começaram a investigar David Berkowitz. As informações coletadas vão chegando aos níveis hierárquicos superiores.

Um enfermeiro e policial, chamado Glassman, chama a polícia após um incidente, e mostra cartas que recebeu de David. Uma multa levada por Berkowitz é a peça final: ele esteve na região de um crime na hora do homicídio.

Em 10 de agosto, policiais chegam à casa de David Berkowitz e esperam que ele saia. Com uma arma apontada para si, já dentro do carro, ele apenas sorri. O policial indaga:

- Agora que eu te peguei, quem eu peguei?
- Você sabe.
- Não, não sei. Me diga.
- Eu sou Sam. David Berkowitz.

Ele confessou calmamente cada um dos crimes. O detetive que o entrevistou disse que ao final da sessão ficou com pena dele. “Esse cara é a porra de um vegetal!

Antes dos homicídios

Os grandes problemas de David Berkowitz talvez tenham começado antes de seu primeiro ataque confirmado. Em novembro de 1975, ele escreveu uma carta para o pai, onde se dizia “perseguido”. Ficou, então, um mês trancado em casa, saindo só para comer. Escreveu coisas na parede. Perto do Natal, procurou psiquiatras. No dia 25 de dezembro, saiu com uma faca, “caçando” uma mulher. Disse depois que acertou uma. Atacou outra, no mesmo dia, que lutou contra ele. Ele correu, e depois foi comer hambúrguer e batatas fritas.

Trabalhava como segurança, na época. Em janeiro de 76, mudou-se, de aluguel, para uma propriedade ao lado da casa de Jack Cassara, que tinha um pastor alemão. David disse que não conseguia dormir, perturbado com os latidos, que seriam ordens de demônios.

Um dia antes do primeiro assassinato, largou o emprego de segurança e foi trabalhar como taxista.

As ordens de Sam

O serial killer David Berkowitz disse, sobre o primeiro homicídio, que não queria atirar, mas foi forçado pelos demônios, e então gostou. “Sam” também prometeu dar-lhe Donna, a vítima, quando David morresse.

A história que Berkowitz contava dizia respeito a alucinações auditivas de comando, vindas de um intrincado esquema, em que pessoas reais (e cães) eram vistas como demônios. Cassara era o “General Jack Cosmo”. “Sam” trabalhava para Cosmo.

A defesa de David Berkowitz alegou esquizofrenia paranóide. A acusação disse que os traços da doença não impediam sua capacidade de enfrentar o júri: “O réu é normal como qualquer pessoa. Talvez um pouco neurótico.” David Berkowitz foi condenado a 365 anos e prisão.

O "Filho de Sam" seria uma invenção?

Em 1979, o famoso agente do FBI, Robert Ressler, entrevistou Berkowitz. Para o agente, ficou claro que a história do cachorro que dava ordens a Berkowitz não passava de uma invenção, uma explicação que ele havia criado previamente para o caso de ser capturado.

Ressler acredita que a razão para o serial killer matar mulheres tinha a ver com ressentimentos com sua mãe verdadeira, além da sua incapacidade de estabelecer vínculos satisfatórios com outras mulheres. Ele ficava excitado, então, com os ataques que realizava, e podia masturbar-se depois, já em seu carro.

O agente descobriu várias outras coisas sobre David. Uma foi que ele teve a idéia de mandar a carta ao repórter inspirado em um livro sobre Jack, O Estripador. Outra revelação foi que gostou do apelido que recebeu da imprensa, chegando a desenhar um logotipo para o “Filho de Sam”.

Conversão e arrependimento de Berkowitz

Anos depois, Berkowitz apareceu lendo o salmo 34, e anunciou que havia convertido-se ao catolicismo. Os agentes penitenciários notaram que suas atitudes na cadeia tornaram-se mais pacíficas, tornando-se um prisioneiro tranquilo. Antes, havia envolvido-se em conflitos, indisciplina. Mas muitos acreditam que esta conversão seja uma farsa, por causa de indícios contrários que teriam surgido depois (como ainda vangloriar-se dos crimes).

David Berkowitz afirmou:


Após procurar muito por minha alma e rezar muito, decidi que seria melhor simplesmente encarar vocês e pedir desculpas. Não estou pedindo perdão. Não acho que eu mereço perdão. Eu não entendo o que aconteceu. Foi um pesadelo. Eu estava atormentado, em minha mente e meu espírito. Naquela época, minha vida estava fora de controle.

Eu pensei que era um soldado do demônio. Não estou empurrando a culpa em nada. Eu carrego toda a responsabilidade.


Anos depois, Berkowitz afirmou que participava de um grupo de satanistas, na época dos crimes, e que havia, portanto, outras pessoas envolvidas. Esta hipótese não levou a conclusões definitivas. O serial killer David Berkowitz ainda vive.


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Charles Manson: 1934 - 0000


Quando, em 1970, Charles Willis Manson apareceu, no início de um julgamento, com um “x” na testa, feito à faca por ele mesmo, ele explicou ao grande número de jornalistas presentes que estava se “xizando” do mundo, que estava “saindo fora”. Na verdade, naquele dia ele só estava oficializando isto. Charles Manson, desde criança, já vivia fora deste mundo de regras e leis.

Charles Manson começou a ficar famoso no final do ano anterior, quando foi descoberto o envolvimento de sua “Família” em brutais assassinatos, acontecidos poucos meses antes.

A Manson Family era formada por Charles Manson e um grupo de seguidores seus. Viviam, à época, em um rancho, nos Estados Unidos. Sobreviviam especialmente de atividades criminosas, como furtos. Naquele tempo era comum a existência de comunidades parecidas a esta. Lembremos que foi o ano do Festival de Woodstock.

O Festival de Woodstock foi o auge do movimento “paz e amor”: sexo livre, lama (duas tempestades durante o evento), drogas (LSD e maconha)… E, claro, muito rock and roll. Cerca de 500 mil pessoas viram performances hoje históricas de Santana, The Who, Jimi Hendrix, Janis Joplin, entre muitos outros artistas.

Um ano antes, o mundo havia sido sacudido pelas revoluções não-armadas, comandadas pelos jovens e por trabalhadores, ocorridas em vários países. O chamado “Maio de 68″, em Paris, foi o ponto mais alto desta história. Pedia-se mais liberdade, menos leis, menos regras. “É proibido proibir” foi um dos slogans do movimento.

Por tudo isto, a comunidade de Manson não chamava tanto a atenção. De fato, o seu envolvimento com as mortes foi descoberto um pouco por acaso. Em uma batida policial ao rancho, vários integrantes foram presos, por acusações de crimes mais leves. Mas, dentro da cadeia, uma das “garotas de Manson”, Susan Atkins, acabou por falar a uma colega de cela que ela mesma havia matado a atriz Sharon Tate, que estava grávida de oito meses quando morreu. Assustada com os detalhes que ouviu, esta colega de cela fez chegar às autoridades toda a história. E o novelo começou a ser desenrolado…

Infância e adolescência de Charles Manson

Charles Manson nasceu em 1943. Foi gerado por uma gravidez não desejada de uma garota de 16 anos, que havia saído de casa um ano antes, bebia muito e era promíscua, apesar de (ou por causa de?) uma criação religiosa bastante rígida.

Seu pai verdadeiro, Charles nunca conheceu. Herdou o sobrenome “Manson” de um homem com quem a mãe se juntou, relacionamento que durou pouco tempo.

Às vezes sua mãe sumia por dias, e o pequeno Charles Manson ficava aos cuidados da avó. A mãe acabou sendo presa, com um irmão, por roubo armado a um posto de gasolina, e Charles foi parar nas mãos de tios, também bastante conservadores.

O tio reprimia Charles, dizia que ele era afeminado – e, para “consertá-lo”, enviou-o vestido de menina no primeiro dia de aula.

Quando a mãe foi solta, continuou com sua vida anterior: casos amorosos fugazes, pulando de casa em casa, de cama em cama – supostamente, envolvia-se também com mulheres. Charles Manson conta que sua mãe chegou a vendê-lo em um bar, em troca de apenas uma caneca de cerveja, e teve de ser resgatado por um parente.

Ainda criança, Charles Manson começou a furtar, continuamente. Foi mandado para um reformatório, mas ao sair continuou com os delitos. Por volta dos 12, procurou a mãe, que o rejeitou mais uma vez. Outras vezes preso, foi parar em outras instituições. Muitas vezes fugia. Chegou a passar por avaliações psiquiátricas – numa destas, postulou-se que por trás de suas mentiras e frieza estava um garoto extremamente sensível que não havia recebido amor suficiente. Avaliou-se o seu QI, e era acima da média.

Poucos dias antes de ser ouvido para receber uma condicional, em uma destas detenções, Charles Manson sodomizou um garoto, apontando uma faca contra o pescoço do rapaz. Tinha já 17 anos. Charles relata que, nestas instituições penais pelas quais passou, já tinha sido vítima anteriormente de abusos sexuais – sendo que em uma ocasião um guarda incitou os outros garotos a violentá-lo, enquanto permaneceu masturbando-se, ao lado da cena.

Charles Manson foi então mandado para uma instituição mais segura. Não adiantou muito: lá, abusou de outros homens.

A vida na prisão

Já em outra prisão, aparentemente mudou de comportamento, subitamente: dedicou-se mais a aprender (finalmente foi alfabetizado) e estava mais colaborativo. Aos 19 pôde sair. No ano seguinte, casou e teve um filho, Manson Jr.. Enquanto isto, trabalhava em serviços de baixa especialização, pelos quais recebia pouco.

Então, para completar sua renda, roubava carros…

Foi parar novamente na prisão. Nisto, sua esposa o largou. Três anos depois, ele saiu da cadeia. Virou “cafetão”, explorando prostitutas. E, claro, ainda era ladrão. Ano seguinte, pego novamente, mas escapou com a ajuda de uma mulher que mentiu estar grávida dele. Mas após dar um golpe financeiro em uma mulher e drogar e estuprar a colega de quarto desta, foi preso. Estava com 26 anos e foi condenado a vários anos de prisão.

Descreve-se que, nesta época, Charles tinha grande necessidade de chamar a atenção para si mesmo. Era manipulador. Falava de filosofias pouco conhecidas na época, como o Budismo e a Cientologia.

Outra obsessão era o quarteto de Liverpool, “The Beatles”. Charles Manson tinha um violão e acreditava que, tendo oportunidade, seria mais famoso que os Beatles. Passava boa parte do tempo na prisão escrevendo músicas.

Aos 32, podendo finalmente ser libertado, quis recusar. Tinha passado mais da metade da sua vida em instituições e disse que não saberia viver lá fora. Estávamos em 1966.

Família Manson

Charles Manson foi obrigado a sair da prisão. Na rua, teve contato com hippies e começou a arregimentar seguidores. Muitos eram meninas bem jovens e emocionalmente perturbadas. Além disso, Manson usava de drogas como o LSD para influenciá-las. Nascia a “Família Manson”.

O já “guru” Charles Manson pregava o abandono das prisões mentais engendradas pelo capitalismo. Consta que a Família acabou por se aproximar das ciências ocultas, como a “Ordem Circe do Cachorro Sanguinário” (!).

O grupo acabou conhecendo Dennis Wilson, da banda Beach Boys, muito famosa à época. Tentaram explorá-lo, mas ele logo se livrou de Manson.

Em 68, a Família Manson foi parar no rancho onde se estabeleceriam em definitivo, o “Rancho Spahn”. Eles sobreviviam não só de roubar, mas também de outras atitudes pouco convencionais, como procurar comida em restos de restaurantes. Charles Manson ainda tentava gravar um filme ou um disco. Um produtor, chamado Melcher, recusou o que na cabeça de Manson seria um fato consumado: a gravação e lançamento de seu disco.

Helter Skelter

Em suas teorizações, Charles dizia acreditar que em breve aconteceria uma grande guerra racial, onde os negros venceriam, mas ficariam desnorteados, porque eram incapazes de dominar. Neste ano, os Beatles lançaram o que ficou conhecido como “Álbum Branco”, onde uma música chamada “Helter-skelter” dizia “Olhe lá fora a ‘helter-skelter’, ela está chegando rapidamente”. Então, tudo ficou claro na cabeça de Manson…

A guerra, pensava Manson, deveria começar com o acontecimento de crimes que deixassem os brancos realmente enfurecidos contra os negros. Charles e sua Família escapariam escondendo-se no deserto. Charles havia entendido, ao ler um livro religioso, que no deserto havia uma entrada para uma cidade de ouro. Após o fim da guerra racial, a Família Manson retornaria e assumiria o comando da situação. Charles era o “quinto anjo”. Os outros quatro? John, Paul, George e Ringo: os Beatles…

Como os negros não iniciaram a guerra na data que Charles achou que começariam, ele percebeu que teria que ensinar a eles o que fazer…

Sharon Tate

Madrugada de 9 de agosto de 69. Hollywood. A bela atriz Sharon Tate está grávida de 8 meses. Seu marido é o diretor de cinema Roman Polanski, que já era conhecido e está em viagem na Europa. Na casa do casal, Sharon Tate recebe três amigos – uma residência isolada da cidade, e com vizinhos distantes.

Os quatro são assassinados esta noite, por integrantes da Família Manson (Charles não participou, só ordenou)– aliás, os cinco: o garoto na barriga de Sharon Tate também morreu. Também foi assassinada outra pessoa que não estava com eles na casa, estava por perto apenas procurando pelo caseiro.

Tiros, golpes com objetos, enforcamentos e muitas facadas. Na parede, escreveram “PIG” (porco), com o sangue das vítimas.

Sharon e seus amigos morreram, podemos dizer, “por azar”. Dias antes, Charles Manson havia ido a casa à procura daquele produtor musical, Melcher, mas ele havia se mudado. Foi então que viu Tate lá e pensou que seria uma ótima vítima.

Na noite seguinte a este crime, o rico casal LaBianca foi assassinado quase da mesma maneira. Charles entrou na casa, dominou o casal, amarrou-os e saiu, chamando os outros membros para terminarem o serviço. Segundo afirmou Charles “Tex” Watson, um dos criminosos, Charles havia ordenado: “Matem estas pessoas da maneira mais cruel possível!”.

Na parede, com sangue, escreveram “WAR” (guerra). Na geladeira, “HEALTER SKELTER” (involuntariamente, a expressão foi escrita erroneamente). A guerra iria começar…

O cartão de crédito roubado da senhora LaBianca foi deixado em um estabelecimento comercial – era para ser achado por um negro, que seria então preso e acusado dos assassinatos (o tal cartão nunca foi usado…).

Alguns dias antes destes crimes, em 31 de julho, em outra jurisdição, o professor de música Gary Hinman também havia sido morto de modo semelhante (inclusive com inscrições na parede). A polícia local prendeu um homem, que já havia passado pelo acampamento de Charles Manson. Mas o Departamento de Polícia responsável pelos casos mais recentes não quis ver a ligação entre os crimes, e preferiu achar que a morte de Tate e seus amigos estava relacionada com problemas relacionados a drogas.

Várias pessoas foram interrogadas, e o próprio Polanski foi submetido ao polígrafo (“detector de mentiras”). A mídia aproveitou-se do caso, e dizia que o casal se entorpecia, que eram satanistas, que faziam orgias.

Roman Polanki chegou a oferecer 25 mil dólares de recompensa por informações sobre os assassinos. O pai de Sharon, por sua vez, deixou a barba e cabelo crescerem e se infiltrou entre hippies e drogados para tentar obter informações. Sem resultados efetivos, as ações dos dois.

Poucos dias depois dos homicídios, um garoto achou uma arma. Era a utilizada nestes crimes.

Somente em outubro investigadores chegaram ao Rancho Spahn, cenário de realização de filmes de faroeste, nos anos 20. O local ainda parecia uma cidade do Velho Oeste. Lá morava toda a Família Manson, que chegou a ter até 50 pessoas. Mas os agentes estavam atrás deles por outros motivos – haviam queimado um equipamento, em uma estrada, por obstruir o caminho dos bugues na planejada fuga para o deserto.

Uma das pessoas a ser presa nesta batida policial foi Susan Atkins, por suspeita de envolvimento no primeiro assassinato, de Melcher. Em novembro ela falou à colega de cela que tinha participado da morte de Sharon Tate. Susan tinha um comportamento incomum na cadeia: cantava, dançava, ria sozinha. Dizia que seu amante, Manson, era Jesus Cristo. Parecia pouco preocupada com qualquer coisa.

A confissão de Susan Atkins

Susan afirmou à colega de cela que foi ela mesmo quem matou Tate, enquanto esta implorava por sua vida. Susan teria esbravejado contra Tate: “Olha, cadela, eu não me importo com você. Eu não me importo se você vai ter um filho. É melhor você estar preparada. Você vai morrer e eu não sinto nada por isto…”.

Susan Atkins disse ainda, à colega, que provou do sangue de Tate: “Uau, que viagem! Provar a morte, e ainda dar vida.”. Falou também que queria tirar o bebê de Tate de sua barriga, mas não havia tempo. E que quis arrancar os olhos das vítimas e jogá-los contra as paredes, mas não teve oportunidade. Disse ainda que o plano seria matar, posteriormente, outras celebridades, como Frank Sinatra e Elizabeth Taylor.

A polícia levou algum tempo para querer ouvir a colega de cela de Susan. Outros depoimentos, então, começaram a dar sentido à história de Susan. O irmão de um ex-morador do rancho falou de outra morte, ocorrida em 17 de julho daquele ano, de um freqüentador do rancho que iria denunciar ao dono deste o que lá ocorria: depósito de carros roubados, uso de drogas, sexo grupal. Seu corpo teria sido desmembrado. Posteriormente, vários outros crimes supostamente cometidos por diversos membros da Família vieram à tona.

Em novembro, um promotor pegou o caso. Ele queria incriminar Charles Manson, mas pelas informações que tinha, Manson efetivamente não tinha matado ninguém, não com suas próprias mãos.

Algumas provas materiais dos crimes surgiam, enquanto Susan, por pressão de Charles, recuava no seu falatório.

Charles defendeu a si mesmo na audiência preliminar. Era bem articulado. Segundo o promotor, ele “parecia considerar todos os aspectos escondidos de uma questão” e “suas expressões faciais eram como as de um camaleão”. Manson dirigia-se à Família, à corte, à platéia. Via uma mulher bonita e sorria ou piscava para ela. Elas pareciam ficar mais lisonjeadas que ofendidas. “Ele tinha uma estranha energia…”, comentou o promotor.

O julgamento de Charles Manson

O julgamento começou no meio de 1970. Foi quando Charles com o “x” na testa e disse à corte que ela não tinha jurisdição sobre ele porque tinha “xizado” a si mesmo do mundo. Vários outros membros da Família também fizeram o “x”. Atitudes como esta faziam aumentar o espanto e a curiosidade do público.

Manson fez chegar até membros da Família ameaças de morte. De fato, uma moça chegou a ser quase morta. Quando evidências eram apresentadas, Charles tentava manipular, desviar a atenção para si mesmo. Chegou a dizer ao juiz que alguém deveria cortar a cabeça deste.

A fala da acusação durou 22 semanas! Durante a defesa, Manson teve conflitos com seu próprio advogado, que acabou “desaparecendo”. Havia sido assassinado e depois um membro da Família confessou o crime.

Em janeiro de 71, finalmente, o júri iria tomar suas decisões. A segurança foi reforçada, porque um membro da Família havia roubado granadas e feito ameaças.

Manson, Susan e mais dois membros da Família foram considerados culpados. Posteriormente, mais um recebeu o mesmo veredito.

Linda Kasabian, outra integrante da Família, ganhou imunidade no julgamento ao aceitar colaborar na acusação.

Quando da deliberação da pena, que ocorreu apenas em março, Manson e suas garotas apareceram de cabeças raspadas. Todos os quatro receberam pena de morte. Foi o maior, o mais caro e o mais midiático julgamento nos EUA até então.

Manson escapa da pena de morte

Contudo, ainda em 1972 a pena de morte foi abolida no estado da Califórnia… As penas foram transformadas em prisão perpétua, com possibilidade de condicional. Na época, Charles virou uma espécie de celebridade, com muita gente o defendendo. Virou, depois, objeto de filmes, livros, músicas e até ópera.

Segundo o promotor do caso, Bugliosi, “hoje, quase todo grupo minoritário e rejeitado da América, dos satanistas aos neonazistas, encampou Manson e os venenos de sua virulenta filosofia. Ele se tornou o ícone espiritual deles.”.

Em 1971, seis membros da Família tentaram roubar 140 armas de uma loja, e foram presos. O objetivo era tentar resgatar Manson.

O destino da Família Manson

Manson, hoje com mais de 70 anos, ainda é o prisioneiro que mais recebe cartas nos EUA. Neste período preso, já recebeu algumas punições dentro da prisão (especialmente a “solitária”), inclusive por tramar o assassinato de um presidente dos EUA (Gerald Ford), tentado por uma de suas garotas (Linette Fromme, que pegou prisão perpétua). Já foi penalizado também por vender drogas lá dentro. Muitas vezes teve problemas com outros internos, e já foi, supostamente, envenenado, espancado e até mesmo tentaram colocar fogo nele. Também relata ter sofrido abuso sexual. Em 1974, foi diagnosticada uma psicose aguda.

Seu “x” na testa foi transformado em uma suástica nazista. Em uma entrevista mais recente, Charles Manson disse: “Eu não sinto culpa. Eu não fiz nada que deva me envergonhar.”. Sua condicional foi negada inúmeras vezes. Nem sempre ele comparece à audiência – uma vez, mandou apenas um cartão do jogo Banco Imobiliário: aquele que diz “Saída livre da prisão”…

Leslie Van Houten, uma das condenadas, teve comportamento exemplar nas três décadas em que passou presa e, segundo a última avaliação psiquiátrica, não representa mais perigo à sociedade. Ela afirma: “Meu coração dói e parece não haver meios de expressar a dor que eu causei. Eu não sei mais o que dizer.”. Segundo sua advogada, deveria também ser levado em conta que ela usava drogas à época e que, de certa maneira, também era uma vítima de Charles Manson. Contudo, ainda está presa.

Patricia “Kate” Krenwinkel também continua presa.

Charles “Tex” Watson converteu-se ao cristianismo e escreveu vários livros, na prisão. Virou uma espécie de pastor. Além disso, casou-se e teve quatro filhos – tudo isto, preso! Sua família mora perto da cadeia. Também teve a condicional negada várias vezes.

Susan Atkins (ou “Sadie”, como era chamada por Manson) esteve casada por duas vezes, na prisão. A condicional foi negada várias vezes. “Eu não tenho que pedir desculpas somente às vítimas e suas famílias, eu tenho também que me desculpar com a sociedade. Eu pequei contra Deus e tudo que este país preserva.”, disse certa vez. Susan morreu recentemente, de câncer. Nestas audiências da condicional dos envolvidos, geralmente a irmã de Sharon Tate comparecia e pedia pela manutenção das penas.

Linda Kasabian passou mais um tempo presa, depois, por outros crimes, e hoje não se sabe onde está.

Outros membros não condenados à época também foram parar na cadeia por diversos motivos, incluindo homicídios. Suspeita-se que Manson pode estar envolvido em algumas destas outras mortes, mesmo estando preso, visto que ainda continuou a ter uma boa quantidade de seguidores. O filho de Manson matou-se, em 1993.

A filosofia de Charles Manson

É interessante a discrepância entre o comportamento, hoje, de Charles e do restante da Família. Nenhum dos outros nega que tenha participado dos fatos, e todos falam em arrependimento. Manson, ao contrário, nega qualquer participação nos eventos. Não seria, portanto, um serial killer, já que nunca matou ninguém…

Em uma entrevista concedida a um programa de TV em 1981 (de conteúdo semelhante a todas as outras concedidas antes ou depois desta data, por sinal), ele fala bastante:

* sobre a liderança que exercia: “Não sou a droga de líder de ninguém e não sou seguidor de ninguém. Eu disse: ‘Façam o que vocês quiserem.’ ”;

* sobre o “Helter Skelter”: “Era apenas uma música que algumas pessoas cantavam!”;

* sobre a dor que causou: “Eu costumava ter que me deitar e tinha minha bunda invadida até eu não poder andar. Me fale sobre o que é dor… A dor não é ruim, é boa. Ela ensina coisas a você…”;

* sobre sua personalidade: “Eu nunca pensei que fosse normal. Nunca tentei ser normal. Eu não sei nada sobre o que é ser normal. Passei a minha vida inteira na cadeia, cara".

* sobre o egocentrismo: “Eu não gosto de receber atenção. A maioria das pessoas inseguras precisa de atenção. Eu não.”;

* sobre os crimes: “Eu não violei a lei. O juiz sabia disso. Mas as pessoas não queriam ouvir isso. O juiz lavou as mãos. (…) Só porque você foi condenado em um julgamento, isto não quer dizer que você é culpado de alguma coisa.” – neste momento da entrevista, Charles Manson fica irritado com o entrevistador, por ele acreditar em tudo o que leu, e diz que ele parece um “advogadozinho”;

* sobre o assassinato do professor de música: “Eu apenas cortei a orelha dele.” – e afirma que teve motivos para isso, mas os explica de maneira bem vaga;

* sobre seu envolvimento no caso LaBianca: “Nada é ‘sim’ ou ‘não’.” Aqui Charles enrola bastante e não responde, começa a falar até sobre a preservação de baleias…;

* sobre o plano de matar outros artistas: “Se eu quisesse feri-los então eu deveria simplesmente não assistir a seus shows.”;

* sobre sua vida atual: “A prisão está na sua mente, cara, como você bem sabe. Se me perguntam ‘Você está preso?’, eu digo ‘Não, eu simplesmente estou aqui.’ ”.

Após a entrevista, o repórter falou da impressão que teve de Charles: “Eu acho que ele tem tanto medo de nós quanto nós temos dele…”.



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