terça-feira, 22 de março de 2011

Ed Kemper: 1948 - 0000


Na década de 60, a cidade de Santa Cruz, na Califórnia, Estados Unidos, apesar de turística era relativamente pacata. Mas o começo dos anos 70 veio para mudar as coisas por lá.

John Linley Frazier, um hippie, assassinou um médico, a família deste e a sua secretária – cinco pessoas no total, no final de 1970. A motivação? Simbólica: protestar contra a onda de devastação ambiental promovida por empreendedores capitalistas. Os hippies já não eram bem vistos nos EUA, depois do caso Charles Manson, no ano anterior (embora este negasse ser hippie): Manson mandara matar a atriz Sharon Tate e outras pessoas de forma bárbara. Frazier foi diagnosticado como portador de esquizofrenia paranóide.

Nos anos seguintes, uma série de outros assassinatos de autoria desconhecida chacoalharam a cidade. A polícia chegou, enfim, ao serial killer Herbert Mullin, um psicótico que havia parado seus medicamentos e escutava uma voz que o mandava matar. Acreditava que um terremoto enorme destruiria a região, a não ser que 30 pessoas concordassem em se sacrificar. Se não concordavam, ele mesmo as sacrificava. Também foi diagnosticado como esquizofrênico paranóide, e a polícia tranqüilizou a população. A paz iria voltar a reinar. Mas não foi isto o que aconteceu: coisas terríveis continuaram a ocorrer…

Ed Kemper nasceu no final do ano de 1948. Era o segundo filho de três – tinha uma irmã mais velha e uma mais nova. Quando seus pais se separaram, tinha 9 anos. Ele era apegado ao pai e parece ter sofrido muito com o rompimento. Sua mãe, depois disso, o maltratava muito, segundo ele. Deixava-o sempre trancado no porão.

Ainda criança, Ed Kemper já pensava em matar seus parentes, imaginava-se mutilando-os. Na prática, fazia isto com gatos.

Foi morar um período com o pai. Mas o pai tinha se casado novamente, teve outro filho e não lhe recebeu muito bem. Pouco depois, o devolveu à mãe, mas esta queria casar-se novamente e Kemper atrapalharia. Resolveram mandá-lo para o rancho dos seus avós paternos. Mas estes também não lhe trataram tão bem quanto ele gostaria.

Agosto de 64. Ed Kemper atirava em pássaros. Sua avó paterna pediu para ele parar. Ele a atendeu: virou-se para ela e a acertou na cabeça. Deu ainda mais dois tiros. Iria arrastar o corpo, ação facilitada por ser bem alto e forte, quando escutou o barulho do carro do avô (chamado Edmund também), que chegava. Não restou-lhe outra opção: acertou-o também. O rifle havia sido dado a ele de presente justamente por este avô, no Natal anterior.

Kemper levou os corpos para a garagem. Sem saber o que fazer, ligou para a mãe e falou o que havia acontecido. Ela o aconselhou a chamar a polícia. Ela já havia dito ao pai de Kemper que não se surpreendesse se um dia ele fizesse isso.

Ed Kemper chamou mesmo a polícia. Segundo os policiais, ele estava os esperando calmamente. Depois, teria afirmado que atirou na avó para ver como se sentiria. No avô, para evitar que ele visse o que tinha acontecido.

Kemper foi submetido à avaliação psiquiátrica. Duas observações importantes advieram daí: um diagnóstico de esquizofrenia paranóide e a conclusão de que tinha um QI quase de gênio. Ficou internado no “Atascadero State Hospital for the Criminally Insane” (o mesmo pelo qual passou – em 62 como colaborador, e em 74-75 internado-preso – Arthur Leigh Allen, suspeito número um de ser o “Assassino do Zodíaco”).

O psiquiatra que o acompanhou mais de perto foi Donald Lunge. Conta-se que lá Kemper memorizou as respostas corretas de inúmeros testes psicológicos, conseguindo, assim, sua libertação, aos 21 anos.

Saiu com recomendações de não voltar ao convívio da mãe, a sra. Clarnell, pois isto poderia gerar novos episódios de violência. Mas ele voltou para a casa dela. E, segundo ele, ela continuou a humilhá-lo. Segundo os vizinhos, sempre discutiam.

Com outras pessoas, Kemper era polido. Quis entrar para a Academia de Polícia, mas era grande demais para isto. Contudo, ficou amigo dos policiais, que o chamavam de “Big Ed”. Teve uma série de pequenos empregos e saiu de casa, indo para uma cidade próxima. Voltava às vezes à casa da mãe, quando o dinheiro acabava. Logo comprou um carro. E então começou a passear e observar as garotas e a imaginar coisas… Coisas diferentes das que os garotos geralmente imaginam.

Para fazer o que tinha em mente, se preparou. Comprou facas, algemas. Observou umas 150 garotas, ele conta, até que um dia teve a urgência de fazer. Ele chamava estes impulsos de “little zapples”.

Em maio de 72, duas garotas desapareceram. Em agosto, o crânio de uma foi encontrado, numa montanha. Em setembro, desapareceu a estudante de dança Aiko Koo.

No início de 73, desapareceu outra garota. Seu corpo foi achado por partes. Braços e pernas em um local. O tórax, tempos depois, em outro – a identificação foi feita através de uma radiografia feita neste tronco encontrado. Encontrou-se também a parte inferior do torso. Um surfista achou uma mão.

No começo de fevereiro, mais duas garotas sumiram. No dia 13, Herbert Mullin, úm dos psicóticos citado anteriormente, foi preso, após atirar em um homem que cuidava de um jardim. Em janeiro, duas famílias inteiras haviam sido mortas, assim como quatro pessoas que acampavam juntas. Talvez agora o pânico decrescesse, com a prisão de Mullin.

Em março foram encontrados os ossos das garotas que sumiram em fevereiro. Foram mortas com tiros na cabeça.

Em abril, a polícia recebeu um telefonema. Era Big Ed, que estava então com 24 anos. O que ele disse pareceu-lhes, a princípio, uma brincadeira. Ele disse ter matado a própria mãe. E listou os outros assassinatos que já havia cometido. Não deram bola a ele, e Ed teve que ligar mais duas vezes até que alguém começasse a acreditar na história.

Ele não havia matado a mãe aquele dia, mas quatro dias antes. Após o assassinato, Ed Kemper bebeu com os tiras e depois chamou uma amiga de sua mãe para jantar e assistirem a um filme. Matou-a também, e arrancou sua cabeça, assim como havia feito com a mãe. Da amiga, também cortou fora a língua. Os corpos foram deixados no closet do apartamento da sua mãe.

Kemper conta que, depois disto, alugou um carro e ficou dirigindo, sentindo-se “meio louco”. Tinha, consigo, três armas e muita munição, e isto o assustava.

Ele estava agora em outro Estado, e os detetives viajaram para ir buscá-lo. Eles agora entendiam a dificuldade que tiveram para achar o assassino daquelas garotas: ele estava “infiltrado”, com sua amizade, na corporação, e sabia dos planos deles para capturarem o criminoso.

Quando chegaram onde Ed Kemper estava, ele estava calmo, aguardando-os. Então ele começou a falar sem parar, sobre as seis garotas que tinha matado, além da mãe e da amiga desta.

Justificativas

Ed Kemper cedeu várias entrevistas, daí em diante, seja para detetives, médicos ou psicólogos. Sempre falou dos mau-tratos que recebia, mas nem sempre a história era contada exatamente da mesma maneira.

Sobre os primeiros assassinatos das meninas, disse que queria era estuprá-las, mas ponderou que, matando, não haveriam testemunhas vivas.

Escolhia garotas que iam caminhando para a faculdade. Oferecia carona. Tinha um adesivo da faculdade no carro – sua mãe trabalhava lá – e isto facilitava as coisas. Contou sobre as duas primeiras que coletou assim, uma voluntariamente e outra à força. Cortou a garganta de uma e logo depois matou a outra também. Colocou os corpos no porta-malas. Foi parado, na estrada, por causa de um farol quebrado, mas de nada desconfiaram. Dirigiu-se para sua casa. Levou os corpos para o seu quarto. Fotografou-os. Foi cortando e fotografando. Às vezes parava e regozijava. Fez sexo com partes destes corpos. Depois, colocou as partes em seu carro novamente. Desovou tudo, tomando nota do lugar para depois voltar lá. Ainda fez sexo com a cabeça de uma, antes de abandoná-la.


Kemper justificou estes crimes assim: “Minha frustração. Minha inabilidade para comunicar-me socialmente, sexualmente. Eu não era impotente. Eu morria de medo de entrar em relações homem-mulher.

A terceira garota, Aiko, primeiramente foi levada a perder a consciência, depois estuprada e, enfim, assassinada. Novamente, levou a vítima para casa e desmembrou.

No dia seguinte, Ed Kemper tinha que ir a um conselho psiquiátrico, como parte da sua condicional após a saída do hospital. Os dois psiquiatras consideraram-no ótimo. “Normal”, dissera um deles, e estavam felizes com o fato de o sistema o qual faziam parte conseguir recuperar um caso como o dele. Enquanto isto, no porta-malas do carro estava a cabeça de Aiko. Com o laudo psiquiátrico, Kemper ganhou oficialmente sua liberdade de volta.

E continuou a matar, repetindo o método. Mas agora já estava morando novamente com a mãe, e levava os corpos para a casa dela.

Chegara a vez de sua mãe. Em uma entrevista, falou com relativa frieza de todos os assassinatos, mas, quando foi falar deste, finalmente chorou. O serial killer justificou este crime de várias maneiras. Uma foi que não queria que ela soubesse que ele era o assassino das garotas.

Conta que a chamou para passear, ela disse que não queria. Esperou ela dormir, e entrou em seu quarto com um machado. “Foi tão difícil!” Cortou sua cabeça e a colocou sobre a lareira. Conversou com a cabeça.

O julgamento de Ed Kemper

Seu advogado foi o mesmo que defendeu Frazier e que estava agora no caso Mullin. Quis alegar insanidade para Ed Kemper. Enquanto aguardava julgamento, Kemper tentou cortar os pulsos duas vezes.

O julgamento começou em 73. Três psiquiatras o avaliaram e consideraram-no “normal” – isto é, sabia o que fazia. O diagnóstico dado na adolescência também foi revisto.

Durante estas entrevistas, o serial killer Ed Kemper falou também sobre canibalismo – cozinhar e comer partes das vítimas. Depois negou isto e disse que falou para tentar a via da insanidade.

Durou quase três semanas o julgamento. Culpado, por oito mortes. O juiz perguntou-lhe que pena achava que merecia: “Ser torturado até a morte!”, ele respondeu. Por acaso, o julgamento foi em um período de suspensão da pena de morte naquele Estado – todas viravam, automaticamente, prisão perpétua.

Uma vez preso, chegou a solicitar que lhe fizessem psicocirurgia. O que foi negado, por temerem que, depois disso, pedisse uma revisão da pena alegando estar curado.

Preso exemplar

Kemper comporta-se bem na prisão, ajuda cegos a “ler”. Mas, em uma audiênca de condicional, admitiu não estar pronto para voltar à sociedade.


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